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Sete estudantes da FMUC estão retidos no Peru

15 de às 09h14
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Foto de Rita Regatia

Sete estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) estão retidos no Peru, depois dos conflitos associados à destituição do Presidente peruano terem escalado nos últimos dias.
Os sete estudantes tinham terminado os seis anos de curso de medicina e realizado o exame final recentemente e a viagem era considerado o prémio pelo esforço dedicado. A viagem de duas semanas estava dividida entre uma semana no Rio de Janeiro e uma semana no Peru.
Rita Regatia, uma das estudantes da FMUC, explicou ao DIÁRIO AS BEIRAS em que ponto está a situação.
“Já estivemos pior. Quando o conflito estalou nós estávamos em viagem na Pan-americana Sul, a autoestrada à beira mar, perto do Oceano Pacífico. Esta estrada foi a mais afetada pelos protestos porque não tem alternativas e, à custa disso, ficámos 50 horas bloqueados num autocarro. Primeiro num sentido, Sul-Norte, passando lá a noite, depois o motorista decidiu inverter o sentido e voltámos à cidade de onde tínhamos saído, Arequipa, e ficámos também bloqueados”, disse.

Estudantes ultrapassaram protestos a pé

Após tantas horas no autocarro, os estudantes decidiram ultrapassar os protestos a pé para fugirem para outra localidade.
“Percebemos que os protestos não iam abrandar e tomámos a decisão de, em conjunto com mais turistas, seguirmos a pé e atravessar o protesto com as nossas mochilas e, no lado oposto, apanharmos um táxi até à terra perdida no deserto mais próxima”, relatou Rita Regatia.
A localidade de Camaná foi local de repouso durante pouco tempo até nova “aventura”.
“Quando chegámos a Camaná ficámos num hotel, porque a embaixada portuguesa nos recomendou fortemente para não sairmos. Mas a nossa guia, peruana, ao início da noite disse que nos tinha arranjado um autocarro, que iria por caminhos de cabras e terrenos agrícolas, para regressarmos a Arequipa. Saímos dessa terra, Camaná, às 19H00, e chegámos a Arequipa à 01H00”, contou.
Para complicar a situação, um dos sete estudantes foi operado anteriormente ao crânio e, com as diferenças de altitude ou alguma infeção, está com o olho muito inchado e não o consegue abrir.

Embaixada não ajuda logisticamente

Neste momento, os estudantes estão fechados num hotel em Arequipa à espera de arranjar voo para a capital do país, a cidade de Lima. A embaixada não deu qualquer tipo de apoio logístico.
“Chegados a Arequipa tínhamos a esperança e confiança que embaixada portuguesa nos ajudasse mais. O aeroporto de Arequipa está fechado e, a partida, só vai reabrir no dia 17, mas só há voos para Lima no dia 19. O que nos deixou tristes foi o facto de, quando pedimos apoio da Embaixada, para nos fazerem uma pré-reserva do voo, porque aqui toda gente está a tentar sair de Arequipa, responderam-nos dizendo que não são uma agência de viagens. Perdemos a esperança da ajuda da embaixada. Sentimo-nos um pouco abandonados”, confidenciou.
Os protestos no Peru intensificaram-se nos últimos dias, com o bloqueio de estradas e a ocupação do aeroporto do país, em Arequipa, que fica a cerca de 1.200 quilómetros da capital, Lima.

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