Opinião: O potencial do mercado nipónico
Na prossecução daquilo que entendo serem os interesses do país, tenho promovido, em Tóquio como em postos anteriores, um Portugal moderno e competitivo. O meu papel, no entanto, é apenas complementar ao enorme esforço das empresas portuguesas que se lançam além-fronteiras.
O potencial económico do Japão para Portugal, como já nestas páginas vos descrevi, é singular e merece ser explorado. As nossas empresas conseguem aqui encontrar um mercado dinâmico, exigente e sofisticado – mais do que um simples destino, é também uma plataforma para a penetração noutros países asiáticos.
Importa, por isso, recordar um dos principais instrumentos no reforço das relações entre os nossos dois países: o Acordo de Parceria Económica (APE) entre a União Europeia e o Japão, que entrou em vigor em fevereiro de 2019.
No que nos interessa, o APE representa uma oportunidade para aumentar as exportações de produtos nacionais para o Japão, nomeadamente nos setores agroalimentar, têxtil, calçado, cortiça, cerâmica ou metalomecânica, sem descurar tantos outros que nos tornam, ou podem tornar, competitivos. Ele também prevê um maior apoio às empresas de menor dimensão, que compõem uma parte significativa do nosso tecido empresarial.
Tive a oportunidade de deixar clara a importância deste mercado – e fazer tudo aquilo que um Embaixador, na sua qualidade de diplomata económico, pode fazer no estabelecimento de contactos, “abertura de portas”, lobbying e oferta de visibilidade – ao receber uma missão da Associação Empresarial de Portugal. Esta deu-se no âmbito do seu projeto Next Challenge Asia, destinado a promover os produtos portugueses e na qual participaram quatro empresas de renome: Grupo Primor, Vinhos Norte, Cutipol e ARCH Valadares. Nos dias e semanas anteriores, visitei também a representação lusa na Wine & Gourmet Japan, uma das mais importantes feiras do país, liderada pela Confederação dos Agricultores de Portugal, com uma delegação compreendendo 12 vitivinícolas, e o Japan Olive Oil Prize, sumo concurso de azeites extra-virgem, onde recebi, orgulhoso, dois prémios para Portugal.
Vejo, por isso, o potencial do Japão traduzido em práticas bem-sucedidas pelas empresas e empresários que lideram as nossas exportações e a competitividade da nossa economia, fazendo uso dos acordos que firmamos, e trazendo investimento, retorno e conhecimento de volta para Portugal. Para eles, e por eles, continuarei a trabalhar.
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